quinta-feira, dezembro 15, 2016

"Missão do Gungo e o Céu ali tão perto"

No passado domingo, viveu-se um fim de tarde especial para o Joaquim Santos, a sua família, os seus amigos e o Grupo Missionário Ondjoyetu. O nosso membro cativo, jornalista e escritor, apresentou o livro que conta a experiência missionária por ele vivida em julho deste ano e que, nas suas (e nossas) palavras, retrata um povo maravilhoso, tão rico no Amor que transmite, nos abraços que ficam em nós por todo o tempo. É um livro que mostra também o que o grupo missionário já fez naquela região de África… e no muito que ainda está por fazer.

Honrosos convidados emolduraram as emocionadas palavras do autor com intervenções igualmente reveladoras de uma paixão pela Missão e pelos povos a quem Deus os enviou e envia. Não faltaram ainda as manifestações de agradecimento pela generosa partilha de uma experiência profundamente rica a nível humano e espiritual. 

Algumas das palavras ouvidas na sessão:

Nesta obra, o autor é assumidamente personagem entre personagens, irmãs na sua igualdade ontológica e de fé. [...] Nas páginas que se abrem diante de nós, encontramos muito de tudo como contrapartida à falta de tudo com que o Joaquim se depara e não se cansa de denunciar, umas vezes em forma de reportagem de viagem, na sua apurada visão jornalística, outras quase assumindo o dom do manifesto político, na revelação do modus vivendi das aldeias de pó tornadas pólisJosé Bento, moderador da sessão

A Missão não é minha, não é nossa: é a missão de Deus. É ele que nos convoca. E essa experiência é sempre de Alegria, pois o encontro com Jesus proporciona-nos essa Alegria. Mas também é uma experiência que nos questiona... que questiona a nossa maneira de viver a Fé e muitas vezes o nosso estilo de vida numa sociedade consumista, indiferente ao Outro. Quem passa pela experiência de Missão fica diferentePe. Joaquim Domingos Luís, director do Serviço de Animação Missionária da diocese de Leiria-Fátima

Muitas vezes ao longo destes anos, este projecto parecia um sonho, uma utopia, que nunca iria ter um bom fim. Mas nós sonhámos. Deus quis. E foi sobretudo Ele que quis. Às vezes sentíamos o “terreno” como que movediço… Mas, quando dávamos aquele passo com Fé, a Fé com que pisávamos aquele terreno como que o solidificava e nos permitia dar outro passo a seguir. E assim este projecto foi crescendo. Não deixemos de sonhar. [...] Quero saudar o Joaquim por esta iniciativa e, em primeiro lugar, por ter tido a coragem de partir em missão, deixando a família. Não é fácil. E penso que a sua missão passa muito por esta que ele está aqui hoje a concretizar, com a publicação deste livro. O tempo que ele pôde estar em Angola não foi muito: foi de apenas um mês. Mas o que ele pode fazer pela Missão do Gungo é muito mais: contagiando, testemunhando, partilhando, de uma forma jornalística e literária, aquilo que foi a sua vivência. Por isso, quero felicitá-lo pela disponibilidade que teve, pela sensibilidade a este tema da Missão, a este tema do Amor levado junto daqueles que estão mais abandonados... e quero felicitá-lo por ter usado os seus talentos para pôr por escrito esta sua vivência. Pe. Vítor Mira, fundador do Grupo Missionário Ondjoyetu

O projecto que o Joaquim nos apresenta tem pelo menos mais essa virtude: de poder sensibilizar para aquilo que está a ser feito, às vezes de forma anónima, em prol de populações desfavorecidas, e que muitas vezes nos passa despercebido. Mas há mais uma questão essencial nesta edição: é o facto de o Joaquim dar, mais uma vez, um testemunho de homenagem à sua filha desaparecida. E por isso quero dar-lhe um abraço de parabéns por esta obra, pela experiência que viveu na Missão do Gungo, e pedir-lhe que não pare por aqui, porque nós precisamos deste tipo de contributos para conhecermos as diversas realidades que temos no mundo e das quais muitas vezes não temos percepção. Raul Castro, presidente do Município de Leiria

Acreditem, a descrição mais perfeita que encontro para explicar esta experiência de vida é o facto de que a prova testemunhal do amor que recebi dos camungungos ( como são conhecidos os residentes do Gungo), conduziu-me a uma profunda introspecção sobre o modelo da minha vida e a uma sensação de que com estas queridas pessoas me poderia renovar ainda mais, agradecendo os dons e a oportunidade de vida que recebi. [...] Os membros da equipa missionária estão com as pessoas. Nunca as abandonam. Isto é um talento para a nossa diocese, talvez despercebido por muitas pessoas, com esta forma de fazer o Bem pelo Próximo num modelo não meramente assistencialista [...] O Grupo Ondjoyetu faz o Povo participar no desenvolvimento da sua comunidade. Não lhes dá apenas o peixe: ensina de facto a pescar e faz com que sejam pescadores no seu dia-a-dia.[...] Qualquer leigo, qualquer sacerdote, pessoas da sociedade civil ou do clero, deveriam todos, mas mesmo todos, passar por uma experiência desta natureza. No meu regresso, ao chegar ao aeroporto de Lisboa, uma das coisas que falei a um amigo foi para me advertir quando em algum dia me lamentasse da vida, deste complexo processo de existência, neste lado desenvolvido, mas que tanto ainda tem para caminhar para realmente viver com um espírito mais solidário, com mais amor, despidos de uma representação teatral própria das sociedades chamadas avançadas.[...] Como jornalista e um modesto escritor, fui apontando o que vi e vivi. Tudo o que senti. Esse é o trabalho patente neste livro, um legado que deixo para este mundo. Por essa oportunidade, o meu coração agradece a todos os que me acompanharam e tornaram possível estar mais perto de Deus, entre pessoas que tanto dão apesar de muito lhes faltar. Joaquim Santos, o autor

Foi com todo o gosto e prazer espiritual que li o livro de um fôlego [...] e comecei logo a escrever o prefácio. Aceitei com todo o gosto o pedido do Joaquim por dois motivos: primeiro, porque ele é meu colaborador próximo, no serviço da diocese, no jornal diocesano; segundo, porque este livro trata de um tema que me é particularmente caro, ao meu coração de Pastor, que é esta geminação entre a diocese de Leiria-Fátima e a diocese do Sumbe, onde a nossa diocese assume uma missão, a Missão do Gungo.[...] Quem sai em missão, sai do recinto do seu conforto, do conforto legítimo como é o familiar, para sair até as periferias. Periferias geográficas, naturalmente, [...] mas periferias também existenciais. [...] Ver as vidas das periferias faz-nos bem, por que às vezes é das periferias que depois se vê melhor o centro. E vê-se o centro de outra maneira. Partilha-se a vida de um povo carenciado [...] mas também a sua riqueza de vida humana e espiritual que nos confunde, que nos comove até… e a gratidão… a gratidão daquele povo por se sentir amado, por se sentir cuidado, por se sentir acarinhado pelos que vão lá e levam o Evangelho, a Boa Nova… a Boa Nova que não é só de pregação, mas que vem acompanhada de toda uma actividade de promoção humana entre aquelas pessoas… e que elas sentem, naturalmente. e que lhes faz descobrir a dignidade do Ser Humano, a dignidade da Fraternidade, o valor do progresso humano. [...] Confesso que uma das coisas que mais me emocionou na minha visita ao Gungo foi o pedido feito pelas pessoas à diocese e ao bispo: Não queremos que o Pe. Vítor saia de cá, pois durante a guerra ele esteve sempre connosco. Nunca nos abandonou. Isso para nós é sinal de que Deus não abandona o seu povoD. António Marto, bispo de Leiria-Fátima

Fotos da sessão aqui.


Para adquirir o livro (20€ + portes de envio),
contacte por favor o autor:

Joaquim Santos
email: joaquimsantos1972@gmail.com
telemóvel: 939688866


Parabéns, Joaquim! Twapandula tchiwa! Continuação de BOA MISSÃO!

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