sábado, abril 11, 2015

Páscoa 2015

Olá, bom dia.
Finalmente uns minutos para por a escrita em dia…
Este ano a celebração da Páscoa foi marcada pelo “factor surpresa”. Estava marcada para a Donga e tudo se encaminhava nesse sentido.
Mas no fim-de-semana anterior, chuvas torrenciais abateram-se sobre o Gungo. Pouca gente participou na missa dos Ramos e as notícias que chegavam era que a picada tinha troços intransitáveis para veículos automóveis.
Assim, no domingo de Ramos mudámos a celebração da Páscoa para a Tuma, que também nos acolheu nesse fim-de-semana.
Escreveram-se cartas e enviaram-se por mão a todo aquele imenso Gungo. Havia esperança de que a mensagem chegasse e também que as pessoas viessem, mas sabíamos que a alteração ia causar transtornos: afinal os dois locais distam entre si 40 quilómetros e a Tuma fica num extremo da área da missão.
Chegámos à Tuma na quinta-feira Santa ao fim da manhã e estava pouca gente. Na missa da Ceia do Senhor já estava um pouco mais. Depois, como o caudal de um rio, vimos a cada momento chegar gente e mais gente, alguns de mota, a maior parte a pé, as mamãs com os cestos e bacias à cabeça e muitas delas com filhos às costas; os homens com as mochilas às costas. Mas também jovens e muitas crianças. A maior parte vinha com ar cansado mas à saudação respondiam sempre com um sorriso alegre e aberto.
Na sexta à tarde fizemos a via-sacra pelas ruas da aldeia e à noite celebrámos a Paixão do Senhor. Durante estes dias houve reuniões finais de preparação dos casamentos e dos baptismos. Também o sacramento da Reconciliação foi muito procurado. Na tarde de sábado foi exibido o filme “Paixão”.
A Vigília Pascal já foi marcada por uma grande enchente de pessoas. A celebração foi muito festiva e vivida com aquele espírito próprio das Páscoa. Na vigília receberam o baptismo 35 pessoas: idosos, adultos, jovens e bebés, entre eles, o meu xará Vítor. A missa durou cerca de 4 horas.
A noite foi curta e o domingo nasceu com um sol radioso. A missa deste dia ainda teve mais gente que a da vigília, de tal modo que muitos tiveram que ficar fora da capela (quem conhece sabe que é a maior do Gungo).
Nesta missa nasceram mais nove famílias cristãs no Gungo. Alguns dos noivos tinham recebido o Baptismo na noite anterior.
Mais uma vez, a liturgia foi de encher a alma: alegria, ritmo, cor, envolvência… fé que trouxe gente de locais tão distantes.
Após a missa foi a debandada geral. Em poucos minutos todos aqueles “acampamentos” desapareceram e ficaram apenas as marcas das fogueiras. Partiram mesmo sem almoçar porque as distâncias eram grandes para a hora que já era.

Nesta semana já subimos à Donga na terça com o camião e descemos na quarta. A picada está mesmo muito estragada, mas, com cuidado, dá para passar. Neste momento estamos a preparar-nos para sair de novo e por lá ficaremos até dia 20.

Até lá e continuação de santas festas pascais.

P. Vítor Mira

1 comentário:

Tio Serra disse...

Obrigado Pe. Vítor pelas noticias e imagens.
Dou graças a Deus pelo belo trabalho que estão a realizar, e peço a Deus a vossa proteção para todas as vossas tarefas.
Lamento a situação em que ficaram as picadas, não estavam boas mas agora por as informações estão péssimas, só o espirito missionário vos faz caminhar por essas aldeias do maravilhoso povo do Gungo.
Ao Diamantino! és um sortudo tivestes um batismo mesmo em cheio, com água + água, agora força para a caminhada e votos que a água seja sempre um sinal de Graça de Deus, que não se esgote.
Um abraço missionário.
Estamos juntos.
Tio Serra.