Hoje queremos partilhar convosco a recente visita que fizemos à Ondjila, um dos centros do Gungo e que agrega a si sete aldeias.
Este centro é um dos mais distantes da Donga. São 44 km por uma picada muito sinuosa no meio das montanhas e a passar junto a ravinas que não aconselham a andar por ali em tempo de chuva sob pena do veículo resvalar por alguma ribanceira. Por outro lado, também tem zonas baixas que no tempo das chuvas se transformam em pantanais praticamente impossíveis de cruzar. Há ainda zonas com vegetação muito densa e baixa que nos faz por vezes sair do camião para cortar as braças maiores, outras vezes sentimos os ramosa raspar no nosso Mogui Mogui. Mas também que belas paisagens por ali se contemplam. Tudo isto e muito mais em cinco horas de viagem em ritmo calmo e cuidadoso.
Por isso, antes que começassem as “chuvas pequenas” programámos uma visita a esta comunidade que decorreu entre os dias 19 e 23 de Setembro.
Desta vez só fomos eu e a Joaninha, que é natural de lá e já
nos acompanha há mais de um ano. Fomos de camião para levar alguns bens muito
escassos naquela comunidade devido aos difíceis acessos e que nos foram
pedidos: chapas de zinco, sabão, material escolar e bens alimentares básicos
(arroz, farinha de trigo, açúcar, óleo vegetal, etc.) E como a cantina esteve
bem animada durante aqueles dias… às vezes o problema eram as confusões com os
trocos entre pessoas que pouco habituadas estão a manusear o dinheiro e que têm
muito pouca ou nenhuma escolaridade.
Mas esta foi apenas uma parte da nossa tarefa; valores mais
altos se levantavam. O dia de sábado foi de reunião com os pais e padrinhos das crianças que iriam ser batizadas no domingo. Os pais já tinham participado em três retiros de dois dias cada um na missão. Agora eram os acertos finais e a preparação espiritual com a celebração do sacramento da reconciliação. Foram dezenas de pessoas que atendi, entre pais, padrinhos e outras pessoas da comunidade (tínhamos visitado esta comunidade em Junho do ano passado), de tal modo que o atendimento entrou pela noite dentro.
O domingo foi o dia grande pela sua importância e pelo tempo
que a missa durou: quatro horas! Mas não admira; era mesmo dia de festa depois
de um ano… e batizar 54 crianças também leva o seu tempo, com a repetição dos
mesmos gestos 54 vezes, mas sempre com o tempo e dignidade que estes momentos
merecem. É verdade, 54 só daquele centro. E foram várias centenas de pessoas
que ali se concentraram para celebrar o domingo.
Como sempre a celebração foi viva e muito animada. Só dei
pelo tempo porque para o fim já estava com fome.De tarde tiveram lugar mais uns encontros e reuniões. E, parecendo que Deus escutou o que lhe pedimos na missa, à noite veio uma forte trovoada acompanhada também de uma boa chuvada. Oxalá seja prenúncio de um bom ano de chuvas, que os últimos têm sido muito secos.
A segunda-feira foi dedicada ao registo de pessoas que nunca
tiveram a sua cédula de vida cristã. Muitas nem têm registo de batismo porque
devido à guerra e a um ataque que houve, perderam-se muitos documentos.
Certamente, teremos que fazer muitas justificações de batismo.
À tarde mantivemos reuniões com vários grupos da comunidade
e à noite assistimos a mais um espetáculo de trovoada e chuva tropical que no
meio daquelas montanhas não deixa de impor algum respeito.
Terça de manhã arrumámos as nossas bagagens acertámos
algumas contas da cantina e regressámos à Donga. Ainda demos boleia a algumas
crianças que foram enviadas pelos pais ao Chitonde porque chegou a informação
de que o Estado estava a distribuir comida pelas famílias, devido à seca, mas
era preciso ir buscá-la, a pé, a cerca de 20 quilómetros dali.
E por aqui me fico com fotografias que ilustram estes dias.
Um abraço para todos e boa semana.
Como sempre, estamos juntos, e voltaremos, se Deus quiser,
para partilhar mais um pouco desta missão que é nossa e vossa.Com amizade,
P. Vítor Mira
6 comentários:
Saudações e muito obrigado pelo testemunho. Coragem para continuar. Da retaguarda vamos apoiando material e espiritualmente. Cumprimentos ao nosso povo.
Boa tarde!
Dà gosto ver esta linda família missionária :)
ana carreira
Cumprimentos a toda a família missionária.
Obrigado Pe. Vítor pelo belo trabalho que tem realizado, obrigado pela maneira com que nos apresenta a missão junto do povo do centro Ondjila.
Um grande abraço missionário.
Estamos juntos
Tio Serra.
Olaaaaaá Padre Vitore:
Parabens pelo vosso trabalho missionário,lembrei de alguns dias quando ainda eu estive pelo Sumbe e como o Padre Partilhava todas as suas aventuras missionárias(por assim dizer)ao contar tantas peripecias para poder estar e partilhar a fe com esse lindo povo do GUNGO, e eu pensava este padre esta mesmo "maluco" sobre tudo quando apanhava chuva e outras coisas (furos nos peneus,ou falta de embriagem etc)lindos dias aqueles.
Um graaaaaande abraço missionário para se e para todo o nossso povo.
Estamos juntos.
Tchaueeee!
Vossa mana Ir.Nancy
Aos nossos manos ONDJOYETUS de cá e de outras partes do mundo: Vos fazo um desafio vivermos en união e oração este mês dedicado as missões, reavivando esse DOM Missionário que Deus nos ofreceu a cada um de Nós e como diz o Papa francisco: Para sair as periferias e anunciar a mensagem de amor que CRISTO quer que seja anunciado.
Um graaaaande abraço missionário e um beijinho.
Vossa mana Ir.Nancy
Que belas novidades, tanto trabalho e ainda por cima uma chuvada.. espero mesmo que ela continue e que possam encher a barriga de maçarocas :D
Beijinhos para toda a equipa e Upangue uwa*
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