segunda-feira, maio 19, 2014

Projetos de autossustentabilidade

Olá, muito boa tarde.
Já em Portugal e quase a tiritar de frio, gostaria de partilhar convosco alguns dos últimos passos dados pela nossa missão, algo que não tive a oportunidade de fazer ainda em Angola.
Um dos objetivos por que andamos a lutar é conseguir a chamada autossustentabilidade da missão. Por isso, a par de outras atividades de cariz pastoral e social, também temos vindo a trabalhar para a pouco e pouco darmos passos para atingirmos esse objetivo.
Recentemente demos esses passos em três frentes:

Alargámos a área cultivada e semeámos 100 canecas de ginguba (amendoim) e 70 de feijão. Em termos objetivos não é assim tanto, mas tendo em conta os meios que temos ao nosso dispor, já significou um importante avanço. Este passo também foi possível graças ao apoio de uma empresa do ramo alimentar que nos deu feijão e fuba de milho. Com esses bens implementámos o sistema de comida por trabalho, o que permitiu desmatar uma significativa área de terreno e também depois fazer a sacha dessas culturas. Apesar de alguma irregularidade do clima, temos esperança de poder colher alguma coisa.

Na zona mais plana do Gungo um dos modos de sobrevivência das pessoas é através da produção de carvão vegetal. Já há muito tempo que a equipa tem o hábito de transportar carvão para o Sumbe, sempre que tem lugar nas viaturas. A sua venda na cidade ajuda a angariar alguns fundos para a tal autossustentabilidade. No entanto, há muito que sentíamos necessidade de dar mais um passo para rentabilizar mais este “negócio”. Recentemente construímos um pequeno armazém em chapa de zinco na aldeia da Calunganga, junto à casa do catequista José Capoco, um local de passagem obrigatória nas viagens ao Gungo. O objetivo é ir com o camião Unimog  a zonas de difícil acesso, lá no meio das matas, onde o carvão é produzido, trazendo-o para a referida aldeia, rentabilizando assim o seu transporte e diminuindo os custos. É mais vantajoso do que comprar à beira da picada quando passamos. Quando o jipe passa pode levar alguns sacos para a cidade, consoante a disponibilidade de espaço.

Também a criação de animais está entre os nossos planos.Por isso, recentemente, desde que passámos a ter pessoas em permanência na Donga, começámos a ter lá cabritos e recentemente foi feito um abrigo para eles. Também já por lá temos umas galinhas que, à moda do Gungo, andam à solta. Mas a sua casa está quase pronta e em breve passarão a viver numa espaçosa capoeira. No Uquende também já temos há alguns anos, ao cuidado da mãe Carolina, alguns porcos. Tudo começou com a agora matriarca Angelicana, uma porquinha que foi oferecida à nossa missionária Angélica. A família cresceu e a mãe Carolina já se queixa para cuidar daquela bicharada toda. Por isso também foi já preparado um espaço amplo onde será colocada uma cobertura e uma vedação para a família suína.

E é assim que, a pouco e pouco, vamos trabalhando no sentido de fazer a nossa missão crescer também na área social para possa crescer e ser sustentável. Estes trabalhos também são um exemplo e por vezes um incentivo para que os nossos camungungos (habitantes do Gungo) façam o mesmo para melhorarem as suas condições de vida.

A terminar quero manifestar a minha alegria pelo que vi ontem em Urqueira: a máquina de BTC a produzir a sério e tanta gente presente a dar o seu apoio. Obrigado a todos os que acreditam neste projeto e de tantas formas o vão apoiando.

P. Vítor Mira

2 comentários:

Anónimo disse...


Boa tarde!

Obrigada pelo texto e pelas imagens. São muito importantes para quem está na "linha da retaguarda" e acredita neste projecto.
Ontem no convívio, falava com a avó Libânea, sendo a ideia geral, que em 2006, nem sequer sonhávamos vir a ser possível a lavra, a moagem, e agora o projecto do BTC. Sem nunca esquecer o projecto religioso que está tão ligado à componente social e humanitária.

Desejo uma boa continuação do trabalho realizado :)

ana carreira

Anónimo disse...

PARABENS! Damos graças a DEUS pela sua presença neste desde seus inicios ate hoje,depois de XV anos que estamos a celebrar.Com a ajuda de muita gente que apoia de diferentes formas esta missão que não é nossa mas de DEUS, mas que Ele se vale de cada um de nós para realizar o seu PLANO de AMOR. Obrigada a todos os que têm colaborado nesta causa e que são missionários tambem. Obrigada padre Vítor e Deolinda pelo vosso testemunho misssionário.
Estamos juntos. Que continuem a sucitar pessoas generosas que queiram entregar a sua propria vida neste serviço aos irmãos.Sempre juntos.Um graaaande abraço missionário.